Aspectos Técnicos

História

As canoas foram desenvolvidas ao longo dos milhares de anos primeiramente pelos povos nativos da América do Norte. A palavra que conhecemos hoje (canoa) deriva da palavra Kenu, que significa dugout, um tipo de canoa feito de tronco de árvore. Por muitos anos (e até mesmo hoje), foi o meio de transporte mais usado na colonização da América do Norte, Amazonas e Polinésia. A canoagem passou a ser considerada uma modalidade Olímpica desde 1936, que é um desporto náutico, praticado com canoa ou caiaque.

 

Material

Partes do caiaque

  • Proa – parte da frente do caiaque
  • Popa – parte de trás do caiaque
  • Casco – metade inferior do caiaque
  • Cobertura – metade superior do caiaque
  • Poço – parte onde o atleta se coloca 
  • Banco – parte mais elevada onde o atleta se senta
  • Finca-pés – apoio para os pés

 

Fig. 1 Discrição do caiaque mar

 

Acessórios

Os acessórios utilizados na actividade de caiaque mar são:

  • Saiote
  • Colete salva-vidas
  •  Vestuário adequado

Quanto ao saiote, é utilizado para proteger do vento e da entrada de água no caiaque. O material de que é feito é plastificado e impermeável. Ao utiliza-lo, devemos estar atentos à fixação no quebra-mar, pois caso o caiaque vire seja fácil solta-lo.

 

Fig. 2 Saiote de canoagem

 

O colete salva-vidas são coletes adaptados à modalidade, ou seja, foram feitos não atrapalhar os movimentos específicos da modalidade. Durante a iniciação é aconselhável a sua utilização.

Fig. 3 Colete Salva-vidas

 

No vestuário a roupa deve ser adequada à prática da modalidade. Normalmente deve ser uma roupa de material térmico, justa ao corpo, assim permite que transpire e uma boa temperatura corporal.

Cuidados com o material

O material deve ser preservado, e é fundamental que sejam estabelecidas normas de arrumação e utilização. Quanto às pagaias, de preferência devem ser guardadas na vertical e suspensas.

No uso diário dos caiaques, devemos ter em conta as seguintes atenções:

  •  Evitar o choque com superfícies duras;
  •  Ver se o caiaque que vamos utilizar está preparado para flu
    tuar;
  • Não entrar no caiaque fora da água;
  • Sempre que for possível colocar o caiaque do lado contrário;
  • No fim de cada actividade, devemos sempre retirar a água e seca-lo;

 

Quantos aos cuidados periódicos que devemos ter, são:

  • Verificar o estado dos parafusos e anilhas, do banco e finca-pés;
  • Verificar o estado das peças de segurança da proa e da popa;
  • Ter em atenção outro qualquer problema que haja no caiaque.

 

Embarque e Desembarque

Métodos de embarcar/desembarcar:

·         Com apoio atrás do caiaque:

 1.      Colocar a pagaia sobre o caiaque logo atrás do caiaque, com a pá da mesma apoiada na margem;

2.      Introduzir a perna que está mais próxima da embarcação dentro desta, sentando-te de seguida; por fim, introduzir a outra perna;

3.      No desembarque aplicar uma técnica similar ao embarque.

 

Manobras e Técnicas

Na propulsão a pagaiada tem duas etapas, direita e esquerda. E estas etapas estão dividas em duas fases, aquática e aérea. Na fase aquática temos o ataque, tracção e saída. Quanto à fase aérea, esta é apenas constituída pelo equilíbrio.

 

 

Fig. 4 Segurar a pagaia com as duas mãos de forma que a distância entre cada mão seja igual à largura dos ombros.

 

Na fase de ataque, dá-se o contacto com a água, começando pela introdução da pagaia na água e termina quando está tudo submerso. As técnicas que devemos utilizar, são:

1.      Ter o braço da frente praticamente esticado e um pouco abaixo do ombro;

2.      A pagaia tem que entrar na água o mais á frente possível;

3.      Por fim, fazer pressão da perna do lado da remada no apoio.

 

 

Fig. 5 Ataque da pagaia na água.

 

 

Na fase da tracção, dá inicio quando a pagaia esta completamente submersa e acabar quando está a sair da água. As técnicas utilizadas são:

1.      Impor o máximo de velocidade possível;

2.      Fazer rotação do tronco de forma a facilitar a tracção na parte superior do corpo.

3.      Fazer pressão no apoio para os pés

4.      Afastar a pagaia do caiaque ao longo movimento

E por fim, a fase de saída sendo a ultima fase da propulsão inicia-se no movimento de extracção da pagaia da água, e quando está totalmente fora dá-se por terminado esta fase. As técnicas utilizadas são:

1.      Tirar a pagaia da água ao longo do caiaque;

2.      Com a flexão do braço, fazer subir a pagaia;

3.      O braço de cima tem que estar na sua máxima extensão;

4.      Tentar fazer com que não levante água na parte final;

Na fase aérea, temos que ter em conta as seguintes técnicas:

1.      Ter os braços numa posição de equilíbrio, estando os dois ao mesmo nível;

2.      A pressão feita na perna é reduzida na perna do lado da pagaiada, enquanto que, a outra perna aumenta a pressão;

3.      Fazer um bom ataque da pagaia no lado contrário;

4.      Ter as condições necessários para poder efectuar uma pagaiada eficaz.

 

A Retropulsão é a manobra que fazer ir em sentido contrário. Esta técnica é executada com maior base nos aspectos técnicos da pagaiada para a frente.

Como manobras de navegação temos os deslocamentos, Circular à frente, Circular atrás e Chamadas de incidência.

Circular à frente

            É o movimento que permite rodar o caiaque, assim deslocando a parte da frente para o lado para corrigir a trajectória pretendida. Técnicas deste movimento:

1.      A pagaia tem que estar na horizontal, a pá de ataque colocada o mais perto do bordo do caiaque e com a parte côncava da mesma voltada para a parte fora;

2.      O braço de ataque tem que estar estendido;

3.      O tronco tem que estar virado para o lado contrário daquele que vamos efectuar o ataque;

4.      Da frente para trás, descrever com a pagaia um movimento circular;

5.      Antes que a pagaia toque no caiaque, devemos levanta-la rapidamente com o braço inferior.

 

Circular atrás

Este movimento permite deslocar a parte de trás do caiaque para o la
do contrário da manobra, que é feito para corrigir a trajectória da manobra. As técnicas utilizadas são:

1.      Devemos rodar o tronco em direcção á parte de trás do caiaque;

2.      A pagaia deve estar na horizontal, de forma a ficar o mais esticado possível, estando a pá o mais próximo possível do caiaque;

3.      Realizar uma acção combinada com o tronco, braços, cintura pélvica e escapular, uma retropulsão de forma que a pagaia descreva uma circunferência, sendo a trajectória o mais largo possível;

4.      Manter o movimento até que perca efeito anterior;

5.      Manter a orientação da linha dos ombros para o lado da rotação;

6.      Não prolongar em demasia o movimento.

Chamada de incidência

            Esta manobra só pode ser feita com o caiaque em movimento, feita para mudar a trajectória da embarcação, assim a pagaia tem a função de leme. Existem 2 chamadas de incidência, podem ser, à popa ou à proa.

 

 

 Fig. 6 Chamada de incidência à popa.

 

Na chamada de incidência à proa, o objectivo é mudar a trajectória do caiaque no lado em que a pagaia é colocada. As técnicas utilizadas são:

1.      A pagaia tem que estar orientada obliqua à parte da frente, com a parte côncava voltada para o caiaque.

2.      O braço inferior tem que estar esticado e o braço superior um pouco flectido por cima da cabeça;

3.      O Tronco tem que estar flectido à frente;

4.      Por a pá direccionada através da acção do pulso.

Na chamada de incidência à popa, a posição dos braços tem que ser igual à anterior, só que temos que rodar o corpo para trás, com a pá juntos ao caiaque fazendo este virar nessa direcção.

Quando o caiaque vira dentro de água

Devemos juntar os joelhos, e sair da embarcação. Depois vira-lo para que não entre muita água, agarrar na pagaia e coloca-la dentro da embarcação. Por fim subir para cima do caiaque.

Retirar a água do caiaque

            Em terra, quando o caiaque tem água dentro, podemos retira-la sozinhos ou com um colega. Quando entra pouca água, com ajuda de um colega devemos inverter e inclinar para um lado e para outro ate que a água saia. Se tiver muito água, não devemos traze-la para terra, pois corremos o risco de danifica-lo. Uma forma de retirar a água do caiaque é, primeiro coloca-lo de uma forma longitudinal e agarrar numa das pontas. Depois afundar a extremidade que agarramos e esperar que a água passe toda para o lado em que estamos e de seguida através de um movimento brusco levantar e inventar a posição do caiaque, assim a água sai. Devemos repetir esta acção até que a água saia toda de dentro do caiaque.

Como transportar o caíque

Caso o caiaque seja um K1, este pode ser transportado de várias formas, uma delas é agarrar pelo quebra-mar, como se fosse uma mala, a segunda forma é colocar o ombro dentro do poço e equilibrar o caiaque. Por fim, se forem duas pessoas, lev
am-no em conjunto.

Se for um K2, deve ser transportado por duas pessoas agarrando por baixo dos cascos, nos quebra-mares ou carregado nos ombros.

Ao transporta-lo, não devemos arrasta-lo no chão, e as pagaias devem ser transportadas na mão ou dentro do caiaque.